terça-feira, 2 de julho de 2013

Cheguei à Clínica às 8:45....



Meu primeiro paciente seria atendido às 9 horas. Repeti exatamente as mesmas ações de todos os outros dias em que clinicava. Estacionei o carro no mesmo lugar... percebi que o jardim estava mais florido, mais colorido. Eu percebi... na verdade ele estava exatamente igual a sempre... (o senso estético de nosso diretor se estendia a qualquer espaço da clínica), mas eu percebi, eu realmente olhei pro jardim... dirigi minha atenção a ele... e olha que não sou nem tão ligada a flores.

Gosto das flores... claro - de cravos - principalmente... mas não sou uma fissurada que vê as flores em qualquer lugar que elas estejam.... flores, árvores estão no mesmo nível pra mim.

Não gosto de ganhar flores... quando alguém tem preguiça de pensar em um presente, dá flores...

Deixe-me dizer que gosto de nuvens... olho as nuvens, sempre com um deslumbramento infantil. As nuvens me atraem, as nuvens tem um quê de mistério. Estão aí e de repente não estão mais...

Acho que você entendeu a diferença da minha relação com as flores e com as nuvens :)

A manhã passou exatamente igual a qualquer outra manhã de consultório. Eu é que estava diferente...

E quem percebeu, antes mesmo de mim mesma, foi Jorge.

Ao meio-dia ele me ligou para saber se eu estava livre para o almoço... e eu disse 'sim'.

E ele: 'o que aconteceu? sua voz está diferente'.

'Nada', disse eu....

'Aconteceu, sim.'

Foi nesse momento, tenho quase certeza, que Jorge me sentiu apaixonada.

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